Em frente a um auditório lotado, o vereador Romero Sales exigiu do diretor de Controle Operacional da Compesa, Rômulo Souza, que a água da barragem do rio Ipojuca seja destinada também aos engenhos, ao distrito de Camela e a Ipojuca Sede. A exigência foi realizada durante a audiência pública ocorrida na manhã da última sexta-feira (16/09), em Porto de Galinhas. É que, de acordo com o diretor da Compesa, a empresa não possui um projeto visando suprir a deficiência na distribuição de água desses locais. A Barragem, que vai ser construída com recursos do PAC, visa a beneficiar a região litorânea de Ipojuca - principalmente a rede hoteleira, o distrito de Nossa Senhora do Ó, Suape e alguns locais da Região Metropolitana do Recife.
Após a exigência de Romero, o presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Hélio Gurgel, registrou o requerimento do vereador. Hélio afirmou que a reivindicação pode entrar como condição para aprovação da licença ambiental necessária à construção da barragem. “A produção e execução de um projeto de abastecimento de água para todo o Ipojuca é o mínimo que a Compesa pode fazer pelo município”, afirmou Romero Sales. Romero salientou, ainda, o fato de o Engenho Maranhão ser o reduto dos últimos recursos hídricos a serem explorados em Ipojuca.
Desapropriação
Rômulo Souza representou a Compesa na audiência pública e não soube dar detalhes sobre as desapropriações que deverão ocorrer com a construção da barragem. “Não temos dados sobre a quantidade de famílias que moram no entorno de onde será construído o reservatório”, declarou Rômulo. A falta de dados fez com que as diversas perguntas sobre indenização ficassem sem resposta. Romero Sales entende a questão das indenizações como prioritária. Segundo ele, “é uma pena essas questões não terem sido tratadas na audiência, pois toda desapropriação precisa ser realizada de forma digna e com muito diálogo”. O vereador está preocupado com o local das futuras moradias e com a questão da viabilidade do emprego/renda familiar após o deslocamento das famílias. “O poder público não pode resolver um problema criando outro”, desabafou Romero.
A Barragem do rio Ipojuca vai ser construída na região do Engenho Maranhão, localizada entre os municípios de Escada e Ipojuca. A obra será executada pela Compesa e tem previsão para durar 12 meses. Depois de pronta, as águas do rio Ipojuca devem alagar uma área de 607,8 hectares.