terça-feira, 20 de setembro de 2011

Romero Sales exige que água de barragem seja para Ipojuca

Em frente a um auditório lotado, o vereador Romero Sales exigiu do diretor de Controle Operacional da Compesa, Rômulo Souza, que a água da barragem do rio Ipojuca seja destinada também aos engenhos, ao distrito de Camela e a Ipojuca Sede. A exigência foi realizada durante a audiência pública ocorrida na manhã da última sexta-feira (16/09), em Porto de Galinhas. É que, de acordo com o diretor da Compesa, a empresa não possui um projeto visando suprir a deficiência na distribuição de água desses locais. A Barragem, que vai ser construída com recursos do PAC, visa a beneficiar a região litorânea de Ipojuca - principalmente a rede hoteleira, o distrito de Nossa Senhora do Ó, Suape e alguns locais da Região Metropolitana do Recife.

Após a exigência de Romero, o presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Hélio Gurgel, registrou o requerimento do vereador. Hélio afirmou que a reivindicação pode entrar como condição para aprovação da licença ambiental necessária à construção da barragem. “A produção e execução de um projeto de abastecimento de água para todo o Ipojuca é o mínimo que a Compesa pode fazer pelo município”, afirmou Romero Sales. Romero salientou, ainda, o fato de o Engenho Maranhão ser o reduto dos últimos recursos hídricos a serem explorados em Ipojuca. 

Desapropriação
Rômulo Souza representou a Compesa na audiência pública e não soube dar detalhes sobre as desapropriações que deverão ocorrer com a construção da barragem. “Não temos dados sobre a quantidade de famílias que moram no entorno de onde será construído o reservatório”, declarou Rômulo. A falta de dados fez com que as diversas perguntas sobre indenização ficassem sem resposta. Romero Sales entende a questão das indenizações como prioritária. Segundo ele, “é uma pena essas questões não terem sido tratadas na audiência, pois toda desapropriação precisa ser realizada de forma digna e com muito diálogo”. O vereador está preocupado com o local das futuras moradias e com a questão da viabilidade do emprego/renda familiar após o deslocamento das famílias. “O poder público não pode resolver um problema criando outro”, desabafou Romero.
A Barragem do rio Ipojuca vai ser construída na região do Engenho Maranhão, localizada entre os municípios de Escada e Ipojuca. A obra será executada pela Compesa e tem previsão para durar 12 meses. Depois de pronta, as águas do rio Ipojuca devem alagar uma área de 607,8 hectares.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Falta de água em Ipojuca é um problema estrutural – Romero Sales


Na próxima sexta-feira, dia 16 de setembro, a Compesa vai realizar uma audiência pública em um hotel de Porto de Galinhas para avaliar a implantação da barragem do Engenho Maranhão, em Ipojuca. Há nove meses, mais precisamente no dia 02 de dezembro de 2010, eu, Romero Sales, e outro vereador de Ipojuca estivemos presentes em uma audiência pública marcada pela Câmara dos Vereadores, a fim discutir o abastecimento de água em Ipojuca. Além do Legislativo, compareceram representantes da Compesa e de secretarias municipais e estaduais. Saímos do encontro com um cronograma de curto, médio e longo prazo a ser seguido. Esse cronograma tomou como base o que o então gerente de negócios da Compesa afirmou na ocasião: “a água destinada a Ipojuca é escassa”. Ou seja, apesar de a prefeitura tentar complementar o abastecimento com carros pipa e perfuração de poços artesianos, as medidas tomadas para solucionar a defasagem do abastecimento municipal são insuficientes. Isso porque o problema está na estrutura defasada do abastecimento (que é a mesma desde a sua criação) e na própria escassez da água. 
Romero em Audiência Pública com a Compesa
As ações iniciais propostas pela Compesa, por ocasião da audiência, foram: maior fiscalização do desvio de água por parte dos moradores; formação de um conselho – o qual participaria da distribuição da água no município; e a implantação de uma unidade móvel da Compesa em Camela, com a finalidade de atender às demandas e tirar as duvidas da comunidade. Para médio prazo, estava previsto o remanejamento da água destinada ao Complexo Portuário de Suape para o Distrito de Camela. Pois, Ipojuca fornece água para o Complexo, o qual passaria a ser beneficiado pelo Sistema Pirapama. Os representantes da Compesa se comprometeram a apresentar o projeto de remanejamento da água no primeiro semestre de 2011. 

Mas, para normalizar o abastecimento de água em todo o município de Ipojuca, foi indicada uma solução de longo prazo. Ainda de acordo com o gerente da Compesa, somente com a construção da barragem do Engelho Maranhão é que a irregularidade no abastecimento será solucionada. Porém, o mesmo gerente afirmou que “esse é um projeto para os nossos filhos, para os nossos netos”. 

Para a minha surpresa, a CPRH anunciou essa audiência já para discutir o impacto ambiental produzido pela construção da barragem. Porém, minha maior – e agora desagradável – surpresa é que a água da barragem deverá ser destinada ao abastecimento do Complexo Industrial e Portuário de Suape, segundo veiculou o Jornal do Commercio nesta quarta-feira (07/09). Não me oponho à melhoria no abastecimento de água de Suape. Porém, defendo, no mínimo, a divisão dos recursos hídricos. Enquanto existirem ipojucanos e ipojucanas sem água nas torneiras, defendo a prioridade dessas pessoas na destinação desses recursos. Por isso, convoco meus conterrâneos a comparecerem a essa audiência. Pois o acesso à água de qualidade é um direito humano, defendido pela ONU. E todos nós devemos tratar com seriedade o último recurso hídrico a ser explorado em Ipojuca. 

Evento: Audiência Pública sobre impacto ambiental da barragem do Engenho Maranhão
Dia: sexta-feira (16/09)
Hora: 9h30
Local: Hotel Armação, Praia de Porto de Galinhas