Na próxima sexta-feira, dia 16 de setembro, a
Compesa vai realizar uma audiência pública em um hotel de Porto de Galinhas
para avaliar a implantação da barragem do Engenho Maranhão, em Ipojuca. Há nove
meses, mais precisamente no dia 02 de dezembro de 2010, eu, Romero Sales, e
outro vereador de Ipojuca estivemos presentes em uma audiência pública marcada
pela Câmara dos Vereadores, a fim discutir o abastecimento de água em Ipojuca.
Além do Legislativo, compareceram representantes da Compesa e de secretarias
municipais e estaduais. Saímos do encontro com um cronograma de curto, médio e
longo prazo a ser seguido. Esse cronograma tomou como base o que o então
gerente de negócios da Compesa afirmou na ocasião: “a água destinada a Ipojuca
é escassa”. Ou seja, apesar de a prefeitura tentar complementar o abastecimento
com carros pipa e perfuração de poços artesianos, as medidas tomadas para
solucionar a defasagem do abastecimento municipal são insuficientes. Isso porque
o problema está na estrutura defasada do abastecimento (que é a mesma desde a
sua criação) e na própria escassez da água.
Romero em Audiência Pública com a Compesa |
As ações iniciais propostas pela Compesa, por
ocasião da audiência, foram: maior fiscalização do desvio de água por parte dos
moradores; formação de um conselho – o qual participaria da distribuição da
água no município; e a implantação de uma unidade móvel da Compesa em Camela,
com a finalidade de atender às demandas e tirar as duvidas da comunidade. Para
médio prazo, estava previsto o remanejamento da água destinada ao Complexo
Portuário de Suape para o Distrito de Camela. Pois, Ipojuca fornece água para o
Complexo, o qual passaria a ser beneficiado pelo Sistema Pirapama. Os
representantes da Compesa se comprometeram a apresentar o projeto de
remanejamento da água no primeiro semestre de 2011.
Mas, para normalizar o abastecimento de água em
todo o município de Ipojuca, foi indicada uma solução de longo prazo. Ainda de
acordo com o gerente da Compesa, somente com a construção da barragem do
Engelho Maranhão é que a irregularidade no abastecimento será solucionada.
Porém, o mesmo gerente afirmou que “esse é um projeto para os nossos filhos,
para os nossos netos”.
Para a minha surpresa, a CPRH anunciou essa
audiência já para discutir o impacto ambiental produzido pela construção da
barragem. Porém, minha maior – e agora desagradável – surpresa é que a água da
barragem deverá ser destinada ao abastecimento do Complexo Industrial e
Portuário de Suape, segundo veiculou o Jornal do Commercio nesta quarta-feira
(07/09). Não me oponho à melhoria no abastecimento de água de Suape. Porém,
defendo, no mínimo, a divisão dos recursos hídricos. Enquanto existirem
ipojucanos e ipojucanas sem água nas torneiras, defendo a prioridade dessas
pessoas na destinação desses recursos. Por isso, convoco meus conterrâneos a
comparecerem a essa audiência. Pois o acesso à água de qualidade é um direito
humano, defendido pela ONU. E todos nós devemos tratar com seriedade o último
recurso hídrico a ser explorado em Ipojuca.
Evento: Audiência Pública sobre impacto ambiental da barragem do Engenho
Maranhão
Dia: sexta-feira
(16/09)
Hora: 9h30
Local: Hotel
Armação, Praia de Porto de Galinhas
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